sexta-feira, 10 de julho de 2009

ja parou e viu,
mas ver de quem vê,
não ver quem não sabe ver,
ver sentido la
no mar?

viu de longe?
duma pedra?
todo o mar?

ja parou e viu
o diferente?
ou também mente?

que lindo mar!

sente o presente
ali, na hora
agora
ali no mar?

é? sente?
sei la,
não sei muito bem o que sinto,
mas sinto sempre alguma coisa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

a fumaça que vaga é
uma espécie de
Blitzkrieg
contra ti.
esse agora é o meu momento
depois vem o teu.
o vídeo mostrou ainda agora
uma historia,
mas só eu que vi.
esse é o meu momento
depois vem o teu.
teu vestido, cabelo, unha
fuça, sapato e todo teu novo aparato.
to nem ai.
esse é o meu momento
depois vem o teu.
meu café te incomoda,
mas me faz bem, tu dorme
e eu continuo aqui.
esse é o meu momento
depois vem o teu.
não suporto ponteiro, pérolas,
porcelanas, papinhos práticos,
pratos asiáticos, poetas patéticos,
passeios poéticos.
agora não tenho saco pra ti,
então, toda vez que ver-me a olhar
o que ninguém mais vê.
suma daqui.
pois é o meu momento
e depois é que vem o teu.






segunda-feira, 25 de agosto de 2008

saidas

pela janela hoje alcei
até a rua la embaixo.
leve que ia, aos pouco se abria
uma enorme imensidão,
que em imensas possibilidades
dei asas a antigas fantasias.

alcei até a praia, donde
andei pela agua e mergulhei até o fundo
no mergulho profundo o pequenino peixe disse:
alce mais!
alcei então ao redor do mundo
que em apenas um segundo o conheci
em sua forma esférica mais brilhante
que excitante foi alçar.
alcei até venus, plutão, Marte.
encontrei meus poetas perdidos
procurando no céu outra forma de arte.
alcei por tudo, fui até o centro
alcei feito o vento
alcei por toda e qualquer parte
alcei, alcei mesmo, viajei
e por fim,
acordei.

ontem à praça, o banco
ali sem que ninguém
sentasse.
a bicicleta no poste,
pobre acorrentada, nada,
na coitada ninguém que pedalasse.
no centro, o palco.
o tolo microfone com fome,
mas no infame
ninguém que falasse.
o nobre vendedor velava
o horror no pavor, pois,
ninguém ali que comprasse.
eu, olhei pra mim, sim, pra dentro.
e logo vi.
a solidão também é minha.